Vejo o pôr do sol
como se fosse o início.
Vivendo de indícios,
nada mais que isso...
Debruço-me nas nuvens.
A noite me chama,
a lua me aclama,
minha mente não se engana.
Me atiro dentro do fogo.
Sigo a linha sem pedir socorro.
Boca fechada, engulo o esporro.
Meu pecado é não ser tolo.
Passos pela rua escura
apaixonado, sem temer.
Sei que sou minha aventura,
não consigo esconder.
O que já não me cura
nunca me fará padecer.
Conto minha história muda,
persistente e fecunda,
embrião do amanhecer...