quarta-feira, 5 de maio de 2010

O relato do vácuo.


Ferve o sangue na veia morta.

Corpo frio em pratos quentes.

Olhos profundos e dementes.

Fechadura sem uma porta.


Sussurro fresco no seu ouvido,

detalhado para não confundir.

Rota de fuga sem pra quê fugir.

Uma mão procura o toque amigo.


Olhe para o lado, diga o que vê.

Será mais uma anedota louca

por ninguém se pôr a sorrir?


Olhe para o lado, veja, é você.

Ajoelhado na existência oca

que construiu para se engolir.


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